quinta-feira, 16 de junho de 2011

Notícia: Como os brasileiros poderiam ajudar a economia americana

Essa notícia da Time saiu no Yahoo News em inglês na semana passada e eu esperei ter um tempinho para traduzir o texto antes de postar aqui. Toda vez que leio um texto desses tenho uma pontinha de esperança de ver o Brasil entrar no Visa Waiver Program em um futuro próximo. Tomara!
Sorry pela tradução um pouco corrida, não está muito bonita, mas o importante é que o leitor entenda, né?

Deixe-os entrar: Como brasileiros poderiam ajudar a economia dos E.U.A

Por TIM ROGERS

Todos deveriam adorar os turistas brasileiros. Eles gastam mais dinheiro per capita do que qualquer outra nacionalidade. Ao redor do mundo, turistas brasileiros gastam uma média de 43.3 milhões de dólares por dia, desembolsando a gigantesca quantia de 1.4 bilhões de dólares somente no último mês de abril, 83% a mais do que no mesmo período do ano passado, de acordo com o Banco Central do Brasil. Em 2010, 1.2 milhões de brasileiros visitaram os Estados Unidos, injetando US$5.9 bilhões na economia americana. Até mesmo resorts  de esqui exclusivos estão brigando para contratar instrutores de esqui que falem português, para atender a demanda inesperada e crescente de centenas de aventureiros brasileiros que querem sambar nas rampas. "O Brasil é o nosso mercado internacional que está crescendo mais rápido - 20% a mais na última estação" diz Chris Belanger do Stowe Mountain Resort.

E isso não acontece porque os Estados Unidos tornam fácil para os turistas brasileiros visitar o país. Ao invés de estender um tapete vermelho para os viajantes das cada vez mais abastadas nações sul-americanas, os EUA fazem com que os brasileiros - e os cidadãos de todas as outras nacionalidades latino-americanas - tenham que passar por um longo e custoso processo de solicitação de visto, que leva meses de planejamento e pode custar centenas de dólares em viagem, hospedagem, alimentação e outras despesas -  tudo antes mesmo de deixar o país. 
Em todo o Brasil, um país maior do que o continental  E.U.A, há somente quatro sedes do consulado americano: na capital, Brasília, em Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Isso significa que uma família que vive em Porto Alegre teria que gastar centenas de dólares em passagens de avião para que todos os seus membros viajassem mais de 1120km até São Paulo e depois gastar mais algumas centenas em quartos de hotel, comida e táxi, somente para fazer uma entrevista de solicitação de visto - o que já custa 140 dólares para cada um. 

Enquanto o Departamento de Estado Americano alega que o tempo médio de espera para uma entrevista de solicitação de visto internacional é de 30 dias, no Brasil ela pode demorar mais de 141 dias, de acordo com Steve Joyce da U.S. Travel Association. Isso não se deve à preguiça burocrática. O sobrecarregado corpo de funcionários consulares em São Paulo está processando atualmente uma média de 2.300 vistos por dia,mais do que qualquer outro consulado americano no mundo. E eles esperam quase dobrar seu nível de produção para o próximo ano para não ficar para trás. O Brasil tem a demanda de vistos de não-imigrante que cresce mais rápido no mundo, mais de 234% nos últimos cinco anos, superando até mesmo o crescimento de 124% da China, de acordo com o Departamento de Estado.
Funcionários da indústria de turismo dizem que o Brasil deveria estar na lista de países cujos cidadãos não necessitam de visto para entrar nos Estados Unidos. Há, atualmente, 36 países no programa de isenção de vistos de Washington, mas nenhum deles na América Latina. Alguns argumentam que isso está dificultando o crescimento econômico e a competitividade global dos Estados Unidos. Um exemplo é o turismo chileno aos E.U.A., que diminuiu mais de 30% de 10 anos para cá, enquanto globalmente o número de chilenos viajando a outros países aumentou em mais de 50%. Martha PantÍn, diretora de comunicação da American Airlines, observa que muitos viajantes latino-americanos começaram a fazer conexões em outros locais desde que os E.U.A suspenderam o programa Transfer Without a Visa (faça a transferência sem visto), depois do 11 de setembro. Ela diz que a rota aérea de Miami "suporta fortemente" a inclusão da Argentina, Brasil e Chile no programa de isenção de vistos e está "esperançosa de que isso aconteça em um futuro próximo".

De fato, os obstáculos do visto estão em desacordo com uma campanha de relações públicas de US$200 milhões dirigida pela Corporation for Travel Promotion, uma parceria público-privada criada por uma lei congressional em 2010. Enquanto grande parte da campanha será dirigida aos mercados tradicionais do Canadá e Europa - países onde as pessoas não precisam de visto para viajar para os E.U.A - haverá  também um novo foco nos mercados emergentes da América Latina, que já estão tendo um papel importante na recuperação na indústria de turismo de 134 bilhões de dólares do país.

O alvo mais lucrativo da campanha é o Brasil, a maior economia da América latina. No passado, mais brasileiros costumavam vir aos Estados Unidos procurando trabalho; agora eles vêm gastar dinheiro e criar empregos. Os gastos ajudariam tremendamente a economia dos E.U.A. O mercado de turismo americano vem se recuperando vagarosamente desde o 11 de setembro, mas ele ficou de fora de uma década de crescimento, de acordo com Roger Dow, presidente da U.S. Travel Association. "Nós a chamamos de 'década perdida'. Se houvéssemos nos mantido no mesmo ritmo do resto do mundo, teríamos gerado mais 606 bilhões de dólares e teríamos agora mais 467.000 empregos" Dow disse recentemente na feira de turismo Pow Wow em São Francisco.

A boa notícia, ele diz, é que o problema ainda pode ser consertado, e há algumas soluções de baixo custo. Ampliando o programa de isenção de visto para o Brasil e o Chile, ele diz, os Estados Unidos podem dobrar as visitas destes países em um ano e rapidamente gerar US$10.3 bilhões em receitas de turismo, ao mesmo tempo em que cria 95.100 novos empregos americanos. A Associação de Turismo também propôs um plano simples, de quatro passos, para um novo "acordo de entrada de senso comum" ("common sense entry reforms") que Dow diz ser capaz de criar um número estimado de 1.3 milhões de empregos e trazer US$858 bilhões para a economia americana até 2020. Ele insiste que um acordo, um programa de isenção de vistos e outras iniciativas de "confiança no viajante" não comprometeria a segurança nacional dos Estados Unidos, pelo contrário, agilizaria o processo e deixaria a Homeland Security (o departamento de segurança nacional) "se concentrar mais em achar bandidos do que em perseguir os bons." "Se você quer encontrar uma agulha em um palheiro, diminua o palheiro," diz Dow. Mas ele acrescenta, "Se você tratar todo viajante como um terrorista, isso [o trabalho de segurança] se torna muito difícil".

De fato, embora as políticas americanas de visto tratem todos os latinos como imigrantes competindo por empregos e por sua parte do "sonho americano", muitos são apenas turistas que já atingiram os seus próprios sonhos brasileiros e chilenos e só querem visitar os Estados Unidos e gastar o seu dinheiro aqui. Por não recebê-los bem, pode ser que o Tio Sam esteja negando a mais americanos uma chance melhor de viverem seu próprio sonho. 

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